
O presidente Lula afirmou nesta quarta-feira (6), data em que entraram em vigor as tarifas dos Estados Unidos de 50% sobre produtos brasileiros, que planeja telefonar para os líderes do Brics para discutir a possibilidade de respostas conjuntas às tarifas impostas pelo presidente Donald Trump. A declaração foi dada durante entrevista à agência Reuters.
Lula disse que deve começar pela Índia e China. O BRICS é um grupo de articulação político-diplomática de países do chamado Sul Global, formado por 11 nações.
A afirmação veio após Lula dizer que não vê espaço para negociações diretas com Trump.
Lula afirmou o seguinte: "No dia em que minha intuição disser que Trump está pronto para conversar, não hesitarei em ligar para ele. Mas hoje minha intuição diz que ele não quer conversar. E eu não vou me humilhar", declarou.
Segundo Lula afirmou à Reuters, o Brasil não está disposto a anunciar tarifas recíprocas, e não desistirá das negociações comerciais.
Apesar disso, ressaltou que os ministros brasileiros enfrentam dificuldade para iniciar negociações com seus pares americanos, o que levou o governo federal a focar em medidas internas para amortecer o impacto econômico das tarifas americanas, como detalhou Lula em trecho publicado em uma rede social.
“Estamos preparando como é que nós vamos lidar com as empresas brasileiras que vão ter prejuízo. Nós temos que criar condições de ajudar essas empresas. Nós temos a obrigação de cuidar da manutenção dos empregos das pessoas que trabalham nessas empresas. Esse sinal que eu quero dar: que eu vou fazer o que tiver que fazer para ajudar as empresas que forem prejudicadas, para ajudar os trabalhadores que forem prejudicados”.
O presidente brasileiro descreveu as relações entre os Estados Unidos e o Brasil como o "ponto mais baixo em 200 anos", depois que Trump vinculou a nova tarifa à exigência de fim do processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, que está sendo julgado por tentativa de golpe após derrota nas eleições de 2022.
Lula lembrou intromissão dos Estados Unidos no golpe de 1964, e disse que, agora, Trump tenta ditar regras para um país soberano, "o que é inaceitável", concluiu.
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