06 de Setembro, 2025 13h09mInternacional por Agência Brasil

Crise entre Venezuela e EUA preocupa, diz ministro da Defesa do Brasil

O ministro da Defesa, José Múcio, disse que tem a preocupação de que a crise entre Venezuela e Estados Unidos (EUA) possa chegar à fronteira do Brasil e lembrou que as Forças Armadas enviaram reforços para região antes do início das tensões das últimas

O ministro da Defesa, José Múcio, disse que tem a preocupação de que a crise entre Venezuela e Estados Unidos (EUA) possa chegar à fronteira do Brasil e lembrou que as Forças Armadas enviaram reforços para região antes do início das tensões das últimas semanas. 

“Estamos preocupados, como eu disse, com a nossa fronteira, para que ela não sofra e não transforme a nossa fronteira numa trincheira. O Brasil é um país pacífico. Nós investimos em armas, nas nossas forças, para defender o nosso patrimônio. Não é de olho na terra de ninguém”, comentou Múcio na sexta-feira (5), após encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

"Nós estamos deslocando tropas para fronteiras, pensando na COP30, pensando em dar uma maior assistência a uma parte da fronteira mais inóspita, mais inacessível. De repente, estourou esse problema. A pessoa [diz] ‘foi lá para ajudar a Venezuela’. [Não] foi lá para não ajudar ninguém”, acrescentou o ministro.

Em dezembro de 2023, o Brasil enviou tropas para a Fronteira com a Venezuela no contexto das tensões entre o governo de Nicolas Maduro e a Guiana, que disputam o controle da região de Essequibo. 

'Briga de vizinho'

Sobre a crise entre Venezuela e EUA, que tem escalado nas últimas semanas, o ministro José Múcio disse que a situação é como “briga de vizinho”.

“Isso é como briga de vizinho. Eu não quero que eles mexam no meu muro. Eu não quero que eles tirem a fiação que acende a frente da minha casa, que não mexam na minha casa, torcemos para que passe. Evidentemente, Eles devem ter os seus motivos”, comentou.

Nessa semana, o Brasil assinou documento em parceria com a maioria dos países da América Latina e Caribe, manifestando preocupação com a presença militar dos Estados Unidos na costa da Venezuela. 

Crise militar

O governo Donald Trump vem deslocando navios e um submarino militares para a costa venezuelana, sob o argumento do “combate às drogas”, enquanto acusa o governo de Nicolas Maduro de liderar um cartel narcotraficante.

Maduro rejeita as acusações e diz que Washington usa esse argumento para promover uma “troca de regime” do país sul-americano, dono das maiores reservas de petróleo do mundo. Especialistas consultados pela Agência Brasil rejeitaram chamar a Venezuela de “narcoestado”, como diz o governo Trump. 

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Nesse sábado (6), o presidente Maduro pediu para que os Estados Unidos (EUA) reduzam as tensões para evitar um conflito.

“O governo dos Estados Unidos deve abandonar seu plano de mudança violenta de regime na Venezuela e em toda a América Latina e o Caribe e respeitar a soberania, o direito à paz, à independência”, disse o presidente venezuelano.

Últimos desdobramentos

Na quinta-feira (4), em comunicado, o Departamento de Defesa dos EUA acusou a Venezuela de sobrevoar, com aeronaves militares, próximo a um navio dos EUA, supostamente em águas internacionais.

“Este movimento altamente provocador foi concebido para interferir nas nossas operações anti-narcoterrorismo”, disse o Pentágono em comunicado. A Venezuela não comentou essa acusação.

Em seguida, agências internacionais de notícias, com base em fontes não identificadas, informaram que os EUA enviaram dez caças F-35 para Porto Rico, ilha caribenha que é território estadunidense.

Segundo a Reuters, a medida seria para “conduzir operações contra cartéis de drogas, disseram duas fontes informadas sobre o assunto”. Os caças seriam adicionados à forte presença militar dos EUA no sul do Caribe.

Na última terça-feira (2), Donald Trump divulgou vídeo de um ataque a um pequeno barco supostamente carregando drogas próximo à Venezuela, o que teria assassinado 11 pessoas. O governo Maduro acusa os EUA de terem usado inteligência artificial em vídeo do ataque. 

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