
Ataques israelenses contra um hospital no sul de Gaza causaram a morte de, pelo menos, 20 pessoas. Cinco eram jornalistas.
Desde o início da guerra, mais de 260 profissionais de imprensa foram assassinados no território palestino.
Foram dois ataques em sequência. Testemunhas relataram que, após o primeiro bombardeio, equipes de resgate, profissionais de saúde e jornalistas correram para o local. Neste momento, ocorreu o segundo ataque.
Ao menos 20 pessoas morreram, incluindo 5 jornalistas: Hussam Al-Masri, repórter cinematográfico da Agência Reuters morreu no primeiro bombardeio. Também foram assassinados Mariam Abu Dagga, videojornalista e colaboradora da Agência Associated Press, Mohammed Salama, fotógrafo da TV Al-Jazeera, Moaz Abu Taha, que prestava serviços à TV norte-americana NBC e Ahmed Abu Aziz, que trabalhava para veículos de imprensa árabes.
As agências de notícias Reuters, Associated Press e Al Jazeera lamentaram as mortes e ressaltaram que Gaza é um local extremamente perigoso para profissionais de imprensa.
O diretor da organização Repórteres Sem Fronteiras, Thibaut Bruttin, qualificou a situação como "chocante" e disse que há indicação de que tenha sido uma ofensiva direcionada contra jornalistas. Ele afirmou que "um primeiro drone atingiu o terceiro andar do hospital, conhecido por ser um espaço onde jornalistas trabalhavam. Oito minutos depois, enquanto equipes de resgate e jornalistas entravam para ajudar, houve a segunda explosão".
As Nações Unidas também criticaram o ataque e o assassinato de civis, jornalistas e profissionais de saúde.
O presidente francês Emmanuel Macron chamou o ataque de intolerável e disse que civis e jornalistas precisam ser protegidos em quaisquer circunstancias. Ele também defendeu que que a mídia deve poder cumprir seu papel de forma livre e independente, para mostrar a realidade do conflito.
A Turquia reagiu de forma ainda mais dura. O presidente do país, Tayyip Erdoğan, disse que o governo israelense continua com seus ataques, para destruir tudo o que representa a humanidade. O ministro da saúde turco, Kemal Memişoğlu, disse que Israel "age sob a ilusão de que pode impedir que a verdade seja divulgada por meio seus ataques sistemáticos a jornalistas".
O primeiro ministro israelense Benjamin Netanyahu chamou o ataque de "acidente" e disse que o episódio será investigado.
*Com informações da Agência Reuters e reportagem de Iara Balduino
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