04 de Junho, 2025 14h06mGeral por Rádio Agência Nacional

Morre a arqueóloga Niéde Guidon

Baixar Tocar Morreu nesta quarta-feira (4), aos 92 anos, a arqueóloga e historiadora brasileira Niéde Guidon. Presidente emérita da Fundação Museu do Homem Americano, ela tornou-se conhecida por sua dedicação à pesquisa da região do Parque Nacional da Serra da Capivara, no Piauí, com a produção de estudos que contribuíram para a criação do espaço, reconhecido pela Unesco como Patrimônio Cultural da Humanidade

Morreu nesta quarta-feira (4), aos 92 anos, a arqueóloga e historiadora brasileira Niéde Guidon. Presidente emérita da Fundação Museu do Homem Americano, ela tornou-se conhecida por sua dedicação à pesquisa da região do Parque Nacional da Serra da Capivara, no Piauí, com a produção de estudos que contribuíram para a criação do espaço, reconhecido pela Unesco como Patrimônio Cultural da Humanidade.

Niéde destacou-se também por levantar a hipótese de que os humanos teriam chegado ao continente americano pela África. Abalou o consenso tradicional e foi alvo de resistência por parte da comunidade científica. Ela falou sobre o tema em entrevista ao telejornal Repórter Brasil, da TV Brasil, exibido em março de 2015.

“Nós temos aqui datações que provam que houve migrações que vieram da África, porque nós temos aqui também crânios humanos que têm características típicas de povoações africanas, e não de povoações asiáticas, como são os índios atuais, não é? Nós temos também a questão de que a África, há cerca de 130 mil anos, passou por um momento de seca muito grande, e as populações saíam para o mar à procura de comida. E as correntes e os ventos trazem da África aqui para a região Norte.”

Niéde era graduada em História Natural pela Universidade de São Paulo e doutora em Pré-História pela Universidade Sorbonne de Paris, na França. Identificou, ao longo de sua carreira, mais de 700 sítios pré-históricos.

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Pela extensão e complexidade de seu trabalho, recebeu, no ano passado, o Prêmio Almirante Álvaro Alberto, concedido pelo CNPq, em parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, e com apoio da Marinha do Brasil. O título é a principal honraria de reconhecimento ao mérito acadêmico-científico do Brasil. Ao receber o prêmio, ela destacou que o parque ainda é celeiro de muitas descobertas.

"Agradeço muito ao CNPq, que possibilitou todo esse trabalho. Espero que tudo isso continue, porque ainda há muito a descobrir na Serra da Capivara.”

Em nota, o Governo do Estado do Piauí lamentou o falecimento da arqueóloga e destacou que sua contribuição foi inestimável, com pesquisas que revolucionaram o modo de pensar o povoamento das Américas. Foi decretado ainda três dias de luto oficial no estado.

© Yala Sena/Cidadeverde.com Geral Sua pesquisa na Serra da Capivara (PI) revoluciou a arqueologia Rio de Janeiro 04/06/2025 - 17:11 Fábio Cardoso / Eliane Gonçalves Carolina Pessoa - Repórter da Rádio Nacional Niéde Guidon Serra da Capivara arqueóloga quarta-feira, 4 Junho, 2025 - 17:11 2:24

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