
No ano em que se celebra o bicentenário de nascimento do imperador Dom Pedro II, uma iniciativa inédita vai ajudar a preservar parte de sua história e a do Brasil.
Trinta e oito cadernetas de viagem do imperador que estão no Museu Imperial, em Petrópolis, região serrana do Rio de Janeiro, estão sendo restauradas.
Os documentos guardam uma detalhada visão de Dom Pedro II sobre as transformações ocorridas no século XIX, com destaque para as inovações tecnológicas e as referências culturais.
O processo inclui restauração, reconstituição, encadernação, acabamento e tratamentos específicos de conservação para reparar perdas e danos. O trabalho é financiado com recursos de um acordo firmado entre o Museu e o Ministério Público Federal.
As cadernetas, muitas delas em estado frágil devido ao tempo, fazem parte do conjunto de documentos reconhecido como patrimônio da humanidade pela Unesco.
O professor Maurício Vicente Ferreira Júnior, diretor do Museu Imperial, dá mais detalhes sobre o material histórico:
“Essas cadernetas elas constituem literalmente aquelas cadernetas que são compradas nas hoje livrarias, vamos dizer assim, e Dom Pedro II adquiriu nas lojas visitadas por ele principalmente durante as viagens ao exterior. E ele utilizava essas cadernetas para fazer as suas anotações. Elas são feitas majoritariamente de papel, a encadernação quase sempre de couro”.
Maurício Vicente Ferreira Júnior destaca também a visão diferenciada de Dom Pedro II nas anotações:
“Dom Pedro II foi um observador, digamos, privilegiado, dessas transformações, das inovações que ocorreram nesse período, e ele anotava com todo o carinho, com toda a preocupação, preocupação eu diria científica, de acompanhar, de analisar, inclusive emitindo opinião a respeito dessas inovações”.
O prazo total para a conclusão dos trabalhos é de quatro meses. Ao final, será elaborado um relatório técnico completo do processo de restauração. As obras serão expostas posteriormente em atividades do Museu Imperial.
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