30 de Maio, 2025 17h05mSaúde por Rádio Agência Nacional

Queda da mortalidade materna ainda é lenta e impõe desafios

Baixar Tocar A taxa de mortalidade materna tem diminuído nos últimos anos. O ritmo, porém, ainda é considerado lento, sendo um problema de saúde pública que reflete a qualidade da assistência e do acesso aos serviços de saúde em todo o mundo. Dados apresentados pela Organização Mundial da Saúde mostram que, entre 2016 e 2023, a média anual de redução da mortalidade materna foi de apenas 1,6%. O levantamento chama atenção para os desafios enfrentados por diversos países

A taxa de mortalidade materna tem diminuído nos últimos anos. O ritmo, porém, ainda é considerado lento, sendo um problema de saúde pública que reflete a qualidade da assistência e do acesso aos serviços de saúde em todo o mundo. Dados apresentados pela Organização Mundial da Saúde mostram que, entre 2016 e 2023, a média anual de redução da mortalidade materna foi de apenas 1,6%. O levantamento chama atenção para os desafios enfrentados por diversos países.

O pesquisador e obstetra Marcos Nakamura, do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira, da Fiocruz, aponta os fatores que ainda colocam em risco a vida de mulheres durante a gestação, o parto e o puerpério no Brasil. Além de doenças como hipertensão, por exemplo, o especialista destaca fatores sociais.

“A gente tem duas vezes mais mortes de mulheres pretas do que mulheres brancas. Então é importante que esses grupos com maior vulnerabilidade social tenham um olhar diferente no seu atendimento, porque elas estão mais suscetíveis a ter um desfecho negativo na gestação, no parto e puerpério. Também é importante garantir mecanismos de transferência de renda, para que mulheres que tenham maior vulnerabilidade possam ir nas consultas de pré-natal, acessar a maternidade de forma adequada”.

A realização de pré-natal em um ambiente estruturado é fundamental, lembra o especialista.

Publicidade

“Apesar de 98, 99% das mulheres no Brasil, hoje, fazerem pré-natal, a gente tem início tardio do pré-natal, perdendo oportunidade, muitas vezes, de fazer alguns diagnósticos mais precocemente. E também temos problemas, ainda, na regulação das mulheres de risco, pro pré-natal especializado”.   

O pesquisador avalia que, apesar dos avanços, ainda há muito o que fazer. E destaca a importância da assistência qualificada e da atuação em rede para salvar vidas.

O pesquisador também destacou a criação da Rede Alyne, iniciativa que tem como objetivo reduzir a mortalidade materna no país, com investimentos do Ministério da Saúde em pré-natal, leitos canguru e reestruturação dos serviços de urgência e emergência, entre outras ações.

© Fotorech/Pixabay Saúde Mulheres negras têm mais chance de desfecho negativo na gestação Rio de Janeiro 30/05/2025 - 16:59 Fábio Cardoso / Fran de Paula Solimar Luz - repórter da Rádio Nacional mortalidade materna Gestantes sexta-feira, 30 Maio, 2025 - 16:59 3:26

Publicidade

Notícias relacionadas

Hoje é Dia: combate à mortalidade materna e ao glaucoma são destaques

Esta última semana de maio é fortemente marcada por efemérides de promoção da saúde. Inclusive, temos duas datas que andam juntas e são de grande importância

25 de Maio, 2025

Rio de Janeiro registra queda de 18% na mortalidade materna

Baixar Tocar O estado do Rio de Janeiro registrou queda de 18% no índice Razão da Mortalidade Materna na comparação entre 2024 e 2023. O indicador mede o número de mortes relacionadas a complica

01 de Abril, 2025

Casos de sarampo preocupam, mas Brasil ainda é país livre da doença

O aumento de casos de sarampo no continente americano acende um alerta para o Brasil, mas, por enquanto, os três casos confirmados aqui não comprometem o certificado de país livre da doença, recon

30 de Março, 2025