
Após ser retirado à força da cadeira da presidência da Câmara dos Deputados, o deputado Glauber Braga, do PSOL do Rio de Janeiro, falou com a imprensa e questionou a postura do presidente da casa, Hugo Motta, que teria sido permissivo quando deputados da direita ocuparam a mesa da Câmara por dois dias, em agosto deste ano. E, quando Braga tomou a mesma atitude, ele foi retirado com violência pela Polícia Legislativa.
Glauber ocupou a cadeira de presidente do plenário após Hugo Motta decidir colocar em votação, ainda nesta semana, seu processo de cassação por quebra de decoro parlamentar.
Para Glauber, a atitude de Motta seria parte de um pacote golpista para aprovar a anistia do ex-presidente Jair Bolsonaro:
“O que está acontecendo agora é uma ofensiva golpista. A votação da minha cassação, de uma inelegibilidade de oito anos, não é um fato isolado. Nesse mesmo o pacote, eles querem votar. Uma anistia que não é dosimetria, levando à possibilidade de que Jair Bolsonaro tenha só dois anos de pena. Combinado a isso, eles querem manter os direitos políticos de Eduardo Bolsonaro, porque, quando há o desligamento por pautas, a pessoa continua elegível.”
O presidente da Câmara, Hugo Motta publicou nota nas redes sociais após a retirada de Glauber Braga do plenário. Motta diz que o deputado do Rio desrespeitou a Câmara e o Poder Legislativo, de forma reincidente. Braga já havia ocupado o plenário de uma comissão e feito uma greve de fome por mais de uma semana como forma de protesto.
Motta disse ainda que a democracia deve ser protegida do grito, do gesto autoritário e da intimidação travestida de ato político. O presidente da Câmara ainda afirmou que determinou apuração de possíveis excessos em relação à cobertura da imprensa.
Vídeos feitos após a retirada de Glauber do plenário mostram diversos policiais legislativos agredindo jornalistas que buscavam exercer seu trabalho.
Nessa terça-feira, Hugo Motta anunciou, que além de Glauber Braga, colocará para votação a cassação dos deputados Carla Zambeli, do PL de São Paulo, e de Alexandre Ramagem, do PL do Rio de Janeiro, que foram condenados pelo Supremo Tribunal Federal.
Motta também afirmou que deve iniciar o processo de cassação de Eduardo Bolsonaro, do PL de São Paulo, que está nos Estados Unidos, por ter superado o número de faltas permitidas.
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