
O Ministério das Relações Exteriores divulgou uma nota, nessa terça-feira, em que condena a ameaça dos Estados Unidos "de uso de sanções econômicas ou ameaças de uso da força contra a nossa democracia", em meio ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e de sete réus pela trama golpista.
No comunicado, o Itamaraty diz que o governo repudia qualquer interferência de outros países na soberania brasileira. O texto diz ainda que "o primeiro passo para proteger a liberdade de expressão é justamente defender a democracia e respeitar a vontade popular expressa nas urnas. É esse o dever dos três Poderes da República, que não se intimidarão por qualquer forma de atentado à nossa soberania. O governo brasileiro repudia a tentativa de forças antidemocráticas de instrumentalizar governos estrangeiros para coagir as instituições nacionais".
A nota foi divulgada após a secretária de imprensa da Casa Branca ter comentado, sobre o julgamento de Bolsonaro, que o governo dos Estados Unidos considera a liberdade de expressão uma prioridade máxima, e que o presidente Trump não teria medo de usar o poderio militar para proteger essa liberdade de expressão.
Mais cedo, a ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffman, criticou a declaração do governo dos Estados Unidos sobre uso da força. Em uma postagem nas redes sociais, a ministra afirmou que chegou ao "cúmulo" a "conspiração da família Bolsonaro contra o Brasil", apontando para a articulação conduzida pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro para que os Estados Unidos sancionem o Brasil.
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal retomou ontem o julgamento de Jair Bolsonaro e mais sete réus pela trama golpista. Já votaram pelas condenações os ministros Alexandre de Moraes e Flávio Dino. Faltam três votos.
*Com informações da Agência Brasil
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