
Todos os ministros e ministras do governo participaram, nesta terça-feira (26), da reunião ministerial comandada pelo presidente Lula, no Palácio do Planalto, em Brasília. Usando um boné azul com os dizeres “o Brasil é dos brasileiros”, Lula discursou diante dos membros do primeiro escalão — que estavam, quase todos, usando o mesmo acessório.
No discurso de abertura, o presidente Lula foi enfático sobre a defesa da soberania brasileira, sobretudo diante das sanções e do tarifaço dos Estados Unidos sobre o Brasil. Em relação a isso, o presidente Lula criticou as atitudes do presidente Donald Trump de sobretaxar o Brasil e buscar interferir em questões internas brasileiras.
“Nós somos um país soberano. Nós temos uma Constituição, nós temos uma legislação e quem quiser entrar nesses 8,5 milhões quilômetros quadrados, no nosso espaço aéreo, no nosso espaço marítimo, na nossa floresta tem que prestar contas à nossa Constituição e a nossa legislação. Estamos dispostos a sentar na mesa em igualdade de condições. O que não estamos dispostos é sermos tratados como se fôssemos subalternos.”
Eduardo Bolsonaro
No mesmo sentido, Lula classificou como “um dos maiores traidores da pátria brasileira”, o deputado federal Eduardo Bolsonaro, que está morando nos Estados Unidos, desde março, mesmo com a licença parlamentar vencida. O deputado admite, nas redes sociais, ter articulado em favor do tarifaço sobre o Brasil. Para o presidente brasileiro, a situação é “inexplicável”.
“Um cidadão que já deveria ter sido expulso da Câmara dos Deputados insuflando com mentiras e com hipocrisias um outro estado contra o Estado Nacional do Brasil. Eu não conheço na história desse país algum momento em que um traidor da pátria teve a desfaçatez de mudar para o país em que ele está adotando como pátria negando a sua pátria e tentando insuflar o ódio de alguns governantes americanos contra o povo brasileiro.”
Faixa de Gaza
Lula também fez críticas à atuação do Conselho de Segurança das Nações Unidas, que não consegue, segundo ele, pôr um fim ao que chama de “genocídio” na Faixa de Gaza.
"Todo dia mais gente morre, todo dia crianças que estão com fome, aparece na mídia crianças totalmente esqueléticas, sabe, atrás de comida e são assassinadas como se tivessem guerra, como se fosse do Hamas. A fragilidade da governança cobrada é que ninguém toma atitude. Por isso que nós estamos há muito tempo reivindicando essa questão de mudança na governança da ONU para que tenha alguém que tenha interferência de parar com genocídio como esse, de parar com uma guerra, de evitar uma guerra, coisa que nós não temos hoje.”
Vale lembrar que, na Faixa de Gaza, o Estado de Israel já matou mais de 60 mil palestinos, principalmente mulheres e crianças, nos recentes conflitos há quase dois anos.
Esta foi a segunda reunião ministerial do ano. Depois de Lula, o vice-presidente, Geraldo Alckmin, que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, disse que Lula vem orientando a busca do governo pelo diálogo, mas com soberania, para corrigir o que chama de “distorção da política regulatória”.
3:16