12 de Novembro, 2025 18h11mMeio Ambiente por Rádio Agência Nacional

Belém: Barqueata na Baía de Gauajará marca início da Cúpula dos Povos

Com o tema "A resposta somos nós", uma barqueata nas águas da Baía de Gauajará, em Belém, marcou a abertura da Cúpula dos Povos, nesta quarta-feira, em paralelo aos eventos da COP 30. A liderança indígena da etnia Kaiapó, Cacique Raoni, participou da caravana da verdade e voltou a dar o recado, com ajuda do tradutor, de que é contrário a diversos empreendimentos que, segundo ele, destroem o ambiente e os territórios tradicionais do país

Com o tema "A resposta somos nós", uma barqueata nas águas da Baía de Gauajará, em Belém, marcou a abertura da Cúpula dos Povos, nesta quarta-feira, em paralelo aos eventos da COP 30.

A liderança indígena da etnia Kaiapó, Cacique Raoni, participou da caravana da verdade e voltou a dar o recado, com ajuda do tradutor, de que é contrário a diversos empreendimentos que, segundo ele, destroem o ambiente e os territórios tradicionais do país.

O Cacique Raoni, assim como os demais na caravana, se posicionou contra o projeto da Ferrogrão, ferrovia para ligar as cidades de Sinop, no Mato Grosso, a Miritituba, aqui no Pará, para escoamento da soja produzida pelo agronegócio; ele também se posicionou contra a perfuração de poços de petróleo na Margem Equatorial, em Águas Profundas do Amapá.  Segundo o líder indígena, ele espera se encontrar, ainda durante a COP 30, com o Presidente Lula para reforçar o pedido de impedir os projetos em curso.

Na mesma embarcação da caravana da verdade, participaram do ato representantes não somente dos povos originários, mas também de comunidades quilombolas, pescadores e pescadoras, movimento de trabalhadores sem-terra, trabalhadores sem teto, atingidos e atingidas por barragens: pessoas que pedem respeito aos territórios, demarcação, e que esperam ser consultadas em decisões sobre empreendimento como barragens, rodovias, ferrovias, e exploração de petróleo.

 Barqueata da Cúpula dos Povos, liderada pela "Caravana da Resposta", em ato pela Amazônia e pela justiça climática, durante a COP 30. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil - Tânia Rêgo/Agência Brasil

Kahamy Ãdetta, que é Ìyá Ekedi da Nação Muzunguê, é da Comunidade Kilombo Morada da Paz, território de Mãe Preta. Em nome dos povos quilombolas, afirmou que as comunidades tradicionais têm direito a ser ouvidas, sobretudo na tomada de decisões a respeito de grandes empreendimentos.

Entre os representantes do Movimento Atingidos por Barragens, Frede Vieira reforçou a importância do protagonismo dos territórios e citou tragédias como as de Brumadinho e de Mariana, em Minas Gerais, para cobrar responsabilidade ambiental, sobretudo em grandes empreendimentos.

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A Socióloga Anne Morais é da Aliança Feminismo Popular, que atua no Rio Grande do Sul.  Ela defendeu a pauta da justiça climática na perspectiva da realidade das mulheres, para ela não há democracia sem feminismo e isso está atrelado a crise climática.

Benedito Ribeiro, do Movimento de Pescadores e Pescadoras Artesanais, lamentou os impactos da crise climática e das grandes empresas nos territórios de famílias pescadoras.

A barqueata Caravana da Verdade foi o pontapé inicial da Cúpula dos Povos. Os eventos vão até o próximo domingo, dia dezesseis, em Belém. No sábado, está previsto um grande ato por justiça climática nas ruas - não somente da capital paraense, mas de cidades de todo o país.

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