27 de Agosto, 2025 20h08mMeio Ambiente por Rádio Agência Nacional

Emissão de metano no Brasil subiu 6% em três anos

As emissões de metano no Brasil subiram 6% entre 2020 e 2023, chegando a 21,1 milhões de toneladas, o segundo maior nível já registrado. O levantamento, divulgado nesta quarta-feira (27), é do Observatório do Clima, rede que reúne organizações e institutos de pesquisa. Apesar de permanecer menos tempo na atmosfera, o metano é um gás que tem efeito 28 vezes maior que o impacto do gás carbônico no aquecimento global em um período 100 anos

As emissões de metano no Brasil subiram 6% entre 2020 e 2023, chegando a 21,1 milhões de toneladas, o segundo maior nível já registrado.

O levantamento, divulgado nesta quarta-feira (27), é do Observatório do Clima, rede que reúne organizações e institutos de pesquisa.

Apesar de permanecer menos tempo na atmosfera, o metano é um gás que tem efeito 28 vezes maior que o impacto do gás carbônico no aquecimento global em um período 100 anos.

Segundo o Observatório, o aumento preocupa porque o Brasil assinou, em 2021, o Compromisso Global do Metano para reduzir em 30% suas emissões até 2030. Apesar da proximidade do fim do prazo, pouco tem sido feito para alcançar a meta e diminuir o agravamento do efeito estufa, resultante do lançamento de metano na atmosfera. O acordo também foi confirmado por outros 150 países.

O coordenador do Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa do Observatório do Clima, David Tsai, destaca que essa situação requer atenção.

“Isso indica que a gente precisa ter atenção. Nesses últimos dois anos a gente ainda tá vendo a trajetória de emissões ascendentes e pouco compromisso com relação a reduzir, especificamente, as emissões de metano. Então, exatamente esse estudo é pra chamar essa atenção e contribuir pra que sejam pensadas ações de mitigação pra esse gás”.   

A agropecuária responde por 75% das emissões de metano no Brasil. Só os arrotos de bois representam quase 70% do total.

De 2020 a 2023, o rebanho bovino bateu recorde de crescimento, passando de 218 milhões para quase 239 milhões de cabeças.

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Segundo Gabriel Quintana, analista de Ciência do Clima do Observatório, mesmo com o crescimento do rebanho, é possível cortar mais de um quarto das emissões de metano até 2035.

“Primeiramente, manipulação da dieta animal; a melhoria no manejo da alimentação do rebanho; melhoramento genético animal, que é você selecionar atributos que vão implicar em maior produtividade. E isso resulta também numa mitigação potencial de metano; a redução do tempo de abate”.  

Outras fontes de emissão de metano foram o setor de resíduos, por causa dos dejetos orgânicos despejados em lixões, e os desmatamentos por queimadas intencionais e incêndios florestais.  

Para o Observatório do Clima, as principais fontes de emissão de metano dos setores de energia e de processos industriais são, tecnicamente, controláveis.  

No caso da queima de lenha em residências rurais e periferias, o problema é climático e social. A solução passa por garantir acesso universal a fogões eficientes.

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