22 de Agosto, 2025 16h08mMeio Ambiente por Rádio Agência Nacional

Lula cobra nova governança mundial, que efetive política climática

Se não houver uma nova governança mundial, não conseguiremos implementar uma nova política climática. Essa é a avaliação do Presidente Lula, durante o discurso nesta sexta-feira (22), na quinta Cúpula de Presidentes dos Estados Partes do Tratado de Cooperação Amazônica, em Bogotá, capital da Colômbia. A declaração do presidente brasileiro é uma crítica ao pouco compromisso de alguns países com as mudanças climáticas, e também à falta de uma entidade internacional que faça os acordos serem cumpridos

Se não houver uma nova governança mundial, não conseguiremos implementar uma nova política climática. Essa é a avaliação do Presidente Lula, durante o discurso nesta sexta-feira (22), na quinta Cúpula de Presidentes dos Estados Partes do Tratado de Cooperação Amazônica, em Bogotá, capital da Colômbia.

A declaração do presidente brasileiro é uma crítica ao pouco compromisso de alguns países com as mudanças climáticas, e também à falta de uma entidade internacional que faça os acordos serem cumpridos.  

“Muito já foi negociado, mas pouco foi cumprido. Precisamos de uma nova governança mundial. Se a ONU é o lugar que criamos para tratar dos temas mais importantes da humanidade, é lá que a mudança do clima deve estar. Vamos trabalhar para que se crie um conselho de clima capaz de mobilizar os países a efetivarem seus compromissos. Se a gente não tiver uma nova governança mundial, a gente não conseguirá implementar uma nova política climática. Porque é preciso ter alguém que tenha autoridade para coordenar, para fazer cumprir as decisões que nós tomamos”.

COP30 e cumprimento de medidas

Diante dos líderes de países amazônicos, Lula foi enfático ao cobrar que as medidas adotadas em acordos internacionais sejam cumpridas. Como é o caso da COP30, que vai ser sediada em novembro, no Brasil, em Belém do Pará. O presidente brasileiro disse que vai ser a COP da verdade, e que, na ocasião, quer saber quem se compromete em tirar os acordos do papel. 

“É importante que a gente tenha clareza de como é que a gente vai se portar nessa COP e que é preciso que aqueles que acham que é preciso, de toda forma, manter a floresta de pé, ajude a pagar pra que a gente possa manter a floresta de pé. Se cada país fizer a sua parte, é possível que a gente chegue lá. Mas se a gente ficar apenas achando que os países ricos vão chegar na Amazônia, vão ter dó da gente, e vai dar dinheiro, não vão dar.”

Encontro dos Presidentes dos Estados Partes do Tratado de Cooperação Amazônica, por Ricardo Stuckert/PR

Nesse ponto, Lula criticou os países ricos que não cumprem os acordos de financiamento para países em desenvolvimento, e defendeu a importância de se cumprir o que for acordado na COP3O como forma de fazer valer todo o investimento no evento mundial.  

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“Nós estamos propondo um fundo pra manter as florestas em pé, que eu quero ver qual é o país que quer contribuir pra gente manter. A gente tem que manter a floresta em pé e os trabalhadores que moram lá, os indígenas, vivos. Porque se não é importante a gente fazer outra coisa, do que gastar uma fortuna pra fazer a COP e depois o resultado é quase zero. Seria mais fácil fazer a COP num país rico. A gente tá fazendo na Amazônia. Não é como Paris, não é como Dubai, não vai ser num lugar chique desses. É a Amazônia.”

Acordo de Paris e soberania 

Lula também criticou a saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris, que tem medidas fundamentais para o combate às mudanças climáticas. Sem mencionar o país norte-americano, o presidente brasileiro criticou o uso de pretextos internacionais para alguns países atacarem a soberania de outros.  

“Há muito tempo que os países ricos nos acusam de não cuidar da floresta. Aqueles que poluíram o planeta tentam impor modelos que não nos serve. Utilizam a luta contra o desmatamento como justificativa para o protecionismo. Usam o combate ao crime organizado como pretexto para violar nossa soberania.”

A Cúpula de Presidentes dos Estados Partes do Tratado de Cooperação Amazônica desta sexta ocorreu na Casa de Nariño, que é a sede e residência do presidente colombiano Gustavo Petro. No mesmo evento, o Brasil apresentou uma declaração em busca de apoio dos países amazônicos à proposta do Fundo Florestas Tropicais para Sempre, que busca financiar a conservação das florestas de países em desenvolvimento. O governo estima um fundo com cerca de 125 bilhões de dólares.  

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