Brasil registra queda de 70% em área queimada no primeiro trimestre

O Brasil registrou uma redução de 70% na área queimada no primeiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período de 2024.

A informação é do Monitor do Fogo do Mapbiomas, levantamento de dados de satélite realizado para mapear a extensão das áreas queimadas em todo o território nacional.

Aproximadamente 913 mil hectares foram queimados no país de janeiro a março de 2025 ante 3 milhões de hectares devastados pelo fogo no primeiro trimestre do ano passado. Segundo a organização Mapbiomas, a redução reflete a sazonalidade climática, com o período de chuvas na maior parte dos biomas.

A Amazônia foi o bioma com maior área queimada no período: mais de 775 mil hectares, ou seja, 84% do total. O fogo atingiu principalmente a vegetação nativa, com destaque para as formações campestres. Entre as áreas de uso agropecuário, as pastagens concentram 137 mil hectares queimados no trimestre.

Vera Arruda, pesquisadora do IPAM, Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia, e coordenadora técnica do MapBiomas Fogo, ressalta que as queimadas n​o bioma estão relacionadas à ação humana.

Já o cerrado apresentou a maior área queimada para o período desde as medições do Mapbiomas, com quase 92 mil hectares destruídos pelo fogo, aumento de 12% em relação ao mesmo trimestre do ano passado. A área é 106% superior à média histórica iniciada em 2019. Vera Arruda defende ações específicas de combate ao fogo nos dois biomas. 

Três estados concentram 81% de toda área queimada no país no período: Roraima, que lidera o ranking com 416 mil hectares queimados, seguido por Pará, com 208 mil hectares e Maranhão, 123 mil.

A pesquisadora Vera Arruda ressalta como o clima em Roraima no início do ano explica a concentração das queimadas no estado.

No Pantanal, cerca de 11 mil hectares foram queimados, redução de 86% em relação a 2024. Na Mata Atlântica, o fogo atingiu quase 19 mil hectares, com 82% da área em uso agropecuário. Caatinga, 10 mil hectares, queda de 8%; Pampa, 6 mil hectares queimados, aumento de 1.498%, com 92% da área afetada em formações campestres.