
Assim que houve o anúncio de que Israel e o Hamas chegaram a um acordo para a paz em Gaza, palestinos e israelenses comemoraram.
Nouh Al-Shaghnouby, que trabalhou como bombeiro civil durante os bombardeios, disse que o sentimento neste momento é indescritível: “Graças a Deus a guerra acabou. Espero que nunca volte a acontecer e que este seja o fim definitivo.”
Israelenses também celebraram o acordo, como Anat Berdugo: “Estou muito feliz que os reféns poderão voltar para casa.”
Hoje de manhã, bombas e tiros ainda foram ouvidos na Faixa de Gaza. Um tanque israelense disparou contra civis em uma estrada próxima à praia. Não há registro de mortos ou feridos. Segundo Israel, não houve quebra do acordo, já que o cessar-fogo só começaria a valer amanhã.
Durante a tarde, porém, Khalil Al-Hayya, um alto integrante da cúpula do Hamas, anunciou o fim definitivo dos bombardeios. Segundo ele, o Hamas recebeu garantias dos Estados Unidos, Catar, Egito e Turquia de que a guerra terminou.
O acordo inclui a abertura da passagem de Rafah em ambas as direções, para permitir maior mobilidade de civis e o transporte de ajuda humanitária. O Hamas também se comprometeu a devolver todos os reféns. Israel afirma que ainda existem 48 pessoas nas mãos do Hamas, das quais 20 estariam vivas. Segundo o presidente Donald Trump, a devolução será na segunda ou terça-feira da próxima semana. Em troca, Israel deverá libertar reféns palestinos que foram presos. O pacto prevê a libertação de todas as mulheres e crianças palestinas detidas por Israel.
Líderes mundiais celebraram o acordo. O presidente francês Emmanuel Macron chamou o pacto de histórico. O ministro de Relações Exteriores da Alemanha, Johann Wadephul, disse que hoje é um dia de alegria e alívio. E a vice-presidente da Comissão Europeia, Kaja Kallas, afirmou que o bloco está pronto para ajudar na implementação de uma paz sustentável na Faixa de Gaza.
O subsecretário-geral das Nações Unidas para Assuntos Humanitários, Tom Fletcher, disse que a organização planeja intensificar a entrega de ajuda na Faixa de Gaza nos próximos 60 dias. Segundo ele, 2 milhões e 100 mil pessoas precisam de ajuda alimentar. Fletcher também afirmou que é preciso restaurar o sistema de saúde do território, que foi quase totalmente destruído. Além disso, lembrou que a maior parte dos moradores está desabrigada e vai precisar de tendas para suportar o inverno.
*Com informações da Agência Reuters
2:51