
Representantes de todo o mundo vão celebrar nesta quinta-feira, 26 de junho, os 80 anos da Carta da ONU — documento que confirmou a criação da Organização das Nações Unidas.
O documento que rege a organização foi elaborado em 1945 na Conferência sobre Organização Internacional em São Francisco, nos Estados Unidos, e entrou em vigor em 24 de outubro do mesmo ano. O Brasil foi um dos 50 países que firmaram o texto durante a conferência. A carta inclui o conceito de igualdade de gênero em sua redação introdutória, e este é um aspecto que está sendo lembrado no evento “O 80º Aniversário da Carta da ONU: O Legado da Igualdade de Gênero”, que acontece em Nova York. O Brasil está representado no evento pelo embaixador Sérgio Danese.
Como parte da cerimônia, registros fotográficos resgatam o papel das quatro mulheres que ajudaram a redigir a Carta, dentre elas a bióloga e diplomata brasileira Bertha Lutz.
A escritora e jornalista Angélica Kalil, autora do livro “Bertha Lutz e a Carta da ONU”, resgatou em sua obra justamente a defesa que Lutz encabeçava pela inclusão das mulheres em espaços de poder e decisão.
"Eu acho que a Bertha estaria caminhando hoje para defesa, para união desse conceito de direito das mulheres e e de participação das mulheres na sociedade. E por que que isso é importante? Porque a gente tá vendo que esse mundo, onde só os homens decidem, é um mundo que tá em colapso; não deu certo esse modelo. Para que a gente se encaminhe para um mundo de paz, de igualdade, de respeito entre os povos, as mulheres precisam estar nos espaços de decisão política e escolher também os rumos da humanidade".
Outro objetivo do evento na sede da ONU é refletir sobre os desafios para 2026, quando a organização internacional vai escolher a nova liderança da Secretaria Geral. Muitos analistas já debatem sobre a possível eleição de uma mulher para liderar a organização, após nove homens comandarem a casa. O atual representante, secretário-geral António Guterres, assumiu o cargo em 1º de janeiro de 2017 e está atualmente em seu segundo mandato.
A escolha do secretário-geral da ONU é feita, inicialmente, pelo Conselho de Segurança — que depois recomenda o nome para votação na Assembleia Geral.
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