Regularização de terras beneficia 400 famílias no Paraná

Mais de 20 anos depois de ocuparem a Fazenda Brasileira, no Paraná, cerca de 400 famílias de trabalhadores e trabalhadoras rurais conseguiram a regularização do, agora, assentamento Maila Sabrina.

A criação foi oficializada pelo presidente Lula, na comunidade que fica nas cidades paranaenses de Ortigueira e Faxinal. O local, com mais de 10 mil hectares, onde as famílias vivem e produzem alimentos, faz parte do programa Terra da Gente, que promove a reforma agrária no país.

Aqueles que não conhecem o sacrifício e tentam vender a imagem de que vocês são invasores de terra. Na verdade vocês são invasores de busca de dignidade. A luta de vocês não tem nada de ilegal. Quanto mais gente tiver produzindo no campo, quanto mais pequenos proprietários a gente tiver, quanto mais incentivo a gente der, quanto melhor produzir, melhor a qualidade do alimento, fica mais barato e todo mundo vive.

Na época da ocupação, em 2003, a região estava em intensa degradação ambiental e possuía uma criação de búfalos. Desde a ocupação, as famílias passaram por diversos processos de despejo, já que o imóvel Fazenda Brasileira não era um assentamento oficializado pela União.

Durante cerimônia de regularização, o dirigente Nacional do MST, Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra, Roberto Baggio, defendeu a reforma agrária, para que a terra seja destinada à produção de alimentos e à preservação ambiental.

Nós precisamos democratizar a propriedade da terra. Para que cada camponês, cada colono tenha lá um pedaço de terra. A terra é para produzir comida. A ocupação Maila Sabrina produz 167 tipos de alimentos diversos. A nossa missão é cuidar da natureza. A matriz produtiva é agroecologia. Só é possível ter 167 tipos de alimentos diferentes com agroecologia e a diversidade de vida. Então achamos que os camponeses têm que produzir diversidade de alimento. 

De acordo com o governo, as famílias do assentamento Maila Sabrina produzem mais de 20 tonelada de frutas por ano. A produção de grãos e cereais passa das 100 mil sacas. Além das toneladas de batata-doce, moranga, quiabo e folhas.

No mesmo evento, o governo anunciou a destinação de mais de R$ 1 milhão, para mais de 140 mulheres do Assentamento Eli Vive, em Londrina, como parte do Pronaf, Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar.