Moradores da Favela do Moinho fazem protesto contra demolição

Em protesto na manhã de hoje contra a demolição de casas na Favela do Moinho, na região central de São Paulo, a linha de trem urbano 8-Diamante, que passa na região, foi novamente paralisada, depois que manifestantes atearam fogo sobre os trilhos. Equipes da Polícia Militar e da Polícia Civil foram ao local para conter a manifestação.

Esta quarta-feira, foi o terceiro dia seguido de tensão na Favela do Moinho, em resposta à demolição e às desocupações de casas na comunidade, que atendem a uma determinação do governo do estado, que pretende desocupar a área para a construção de um parque.

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública informa que a Polícia Militar atuou em apoio a equipes da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano. E acrescenta que dois homens foram detidos por agredirem policiais militares com pedras e garrafas, ferindo dois agentes. 

Sobre a realocação dos moradores, a Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação informou, em nota, que 80% das 820 famílias que ali vivem já se cadastraram em um projeto habitacional para receber moradias em outro local. E que mais de 180 famílias já deixaram a área, embora 20% dos moradores resistem em sair.

A pasta justifica que o Moinho é área insalubre e de risco iminente e que, por isso, quer garantir condições de moradia dignas e seguras para a população local. 

Mas a Favela do Moinho é área federal. E, devido aos confrontos na região, a SPU - Secretaria do Patrimônio da União informou que vai pedir na Justiça a paralisação do processo de cessão da área para o governo do estado. Em nota, a SPU aponta que a cessão da área está vinculada à condução de um processo de desocupação transparente e negociado com a comunidade.