Em tempos de páscoa, coelhos são opção como bichinho de estimação

A Páscoa, para os cristãos, marca a ressurreição de Jesus Cristo, que venceu a morte, trazendo a alegria de uma vida nova no amor, na paz e na prosperidade de Deus. Ou seja, a passagem da morte para uma nova vida. Já na tradição judaica, a Páscoa marca a passagem do povo judeu da escravidão no Egito, atravessando o Mar Vermelho, liderados por Moisés, rumo à terra prometida de Deus: Canaã. Mais uma vez, uma passagem para uma nova vida.

E desde o antigo Egito, o coelho já era um símbolo de fertilidade e vida nova. O coelho também é o primeiro animal a sair da toca após o inverno, o que o tornou uma figura de renascimento. Por isso, na Páscoa, algumas famílias acabam dando de presente às crianças, ou até aos próprios adultos, além de ovos de chocolate, coelhos de verdade, os peludinhos.

Mas o gesto fofo pode virar uma dor de cabeça se as pessoas não estiverem preparadas para cuidar do bichinho, podendo até se transformar em abandono do animal. Coelho, como qualquer bichinho de estimação, não é brinquedo, como explica a médica veterinária Paola Carvalho.

"Para quem pensa em comprar um coelhinho para dar para criança só no momento da Páscoa e depois devolver, não é legal. Eles têm sentimentos, eles têm necessidades, sentem frio, dor, fome. Então, para quem tem essa mentalidade, muda. Não é legal, tá se tratando de um ser vivo".

A médica veterinária fala sobre os cuidados para ter um coelhinho de estimação.

"Eles são animaizinhos que ocupam pouco espaço, podem viver bem em cercadinho ou em gaiola, desde que tenha espaço suficiente para eles poderem brincar e se movimentar. E que neste ambiente tenha a vasilhinha de água, de comida, tem o feno, a gente pode oferecer alguns tipos de vegetais, a famosa cenourinha, algumas folhas. Não precisam de vacinação, mas é interessante que leve-os pelo menos a cada seis meses no veterinário".

Paola Carvalho destaca também o comportamento dos coelhos.

"São muito carinhosos, eles se apegam muito facilmente ao dono. Eles vêm quando a gente chama eles pelos nomes, podem ficar longos períodos no colo recebendo carinho, não são barulhentos e assim, sempre que possível soltar eles um pouco desse cercadinho para que eles possam se exercitar, explorar o ambiente, né? Mas tem que ter uma supervisão".

Ou seja, é preciso cuidar desse fofo integrante da família e fica mais fácil quando lembramos que a Páscoa nos convida a cuidar uns dos outros na alegria de uma nova vida. Então, para quem pretende acolher um coelhinho, estenda ao bichinho o amor que essa semana nos inspira.