22 de Maio, 2025 17h05mEconomia por Agência Brasil

Com precatórios, previsão de déficit primário sobe para R$ 97 bilhões

O crescimento de gastos obrigatórios e a frustração de receitas por causa da falta de compensação da desoneração da folha de pagamento fizeram a estimativa total de déficit primário para 2025 aumentar de R$ 29,5 bilhões para R$ 97 bilhões

O crescimento de gastos obrigatórios e a frustração de receitas por causa da falta de compensação da desoneração da folha de pagamento fizeram a estimativa total de déficit primário para 2025 aumentar de R$ 29,5 bilhões para R$ 97 bilhões. A previsão consta do Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas, enviado nesta quinta-feira (22) ao Congresso Nacional.

O déficit primário representa o resultado negativo das contas do governo sem o pagamento dos juros da dívida pública. A estimativa de quase R$ 100 bilhões de déficit considera os precatórios, que estão fora da meta fiscal até 2026 após acordo com o Supremo Tribunal Federal (STF), e os gastos fora do arcabouço fiscal.

Por causa da previsão de déficit, o governo teve de contingenciar, bloquear temporariamente, R$ 20,7 bilhões do Orçamento de 2025. A medida permitirá que o governo chegue ao fim do ano com déficit de R$ 31 bilhões, limite inferior da meta de resultado primário do arcabouço fiscal, que estipula resultado zero, com margem de tolerância de R$ 31 bilhões para cima ou para baixo.

>> Siga o canal da Agência Brasil no WhatsApp

Além de contingenciar os R$ 20,7 bilhões, o governo bloqueou R$ 10,6 bilhões de gastos discricionários (não obrigatórios), totalizando em R$ 31,3 bilhões o volume de recursos congelados do Orçamento em 2025.

Receitas e despesas

Quanto aos gastos, os principais fatores que pressionam as despesas são a Previdência Social, com alta de R$ 16,7 bilhões em relação ao aprovado no Orçamento. Também contribuíram resíduos de R$ 7,2 bilhões de créditos extraordinários para ajuda ao Rio Grande do Sul e R$ 2,8 bilhões do Benefício de Prestação Continuada (BPC).

O relatório bimestral prevê queda de R$ 41,7 bilhões nas receitas líquidas em relação ao valor aprovado no Orçamento de 2025. Em contrapartida, estima aumento de R$ 36,4 bilhões nas despesas obrigatórias. Ao considerar o bloqueio de R$ 10,6 bilhões, a estimativa de aumento de gastos cai para R$ 25,8 bilhões.

Quanto aos gastos, os principais fatores que pressionam as despesas são a Previdência Social, com alta de R$ 16,7 bilhões em relação ao aprovado no Orçamento. Também contribuíram os créditos extraordinários de R$ 7,2 bilhões e R$ 2,8 bilhões do Benefício de Prestação Continuada (BPC).

Publicidade

Do lado das receitas, os principais fatores foram a compensação insuficiente da desoneração da folha de pagamentos.

Robinson Barreirinhas, secretário da Receita - Marcelo Camargo/Agência Brasil

Segundo o secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, a retirada de receitas extraordinárias de leis aprovadas em 2023 contribuiu para a piora na previsão de arrecadação.

A equipe econômica retirou cerca de R$ 28 bilhões esperados com a criação do voto de desempate do governo no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) e R$ 26 bilhões do programa de transações tributárias, renegociação especial de dívidas de contribuintes.

Royalties e concessões

Do lado das receitas não administradas pela Receita Federal, o governo retirou R$ 8,8 bilhões de concessões com ferrovias, que atrasaram, e R$ 9,4 bilhões com royalties do petróleo, motivada pela queda da cotação internacional do barril.

De acordo com o o secretário executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, a equipe econômica decidiu ser conservadora nas previsões de receita.

“Praticamente zeramos as estimativas de receita extraordinária. Então, tudo o que virá daqui para a frente [nos próximos relatórios bimestrais] será surpresa positiva”, declarou Durigan.

Publicidade

Notícias relacionadas

Governo Central tem déficit primário de R$ 31,7 bilhões em fevereiro

O aumento das receitas e queda das despesas, com o adiamento do pagamento de precatórios, fez o déficit primário cair em fevereiro de 2025

27 de Março, 2025

Dólar sobe para R$ 5,68 com anúncio de acordo entre EUA e China

O anúncio de um acordo comercial entre Estados Unidos e China foi recebido de forma mista pelo mercado financeiro. O dólar, que tinha caído nos últimos pregões, subiu, permaneceu abaixo de R$ 5,7

12 de Maio, 2025

Contas públicas fecham fevereiro com déficit de quase R$ 19 bilhões

Baixar Tocar As contas do setor público brasileiro — que incluem governo federal, estados, municípios e estatais — fecharam fevereiro no vermelho. O prejuízo foi de quase R$ 19 bilhões. Apesar

08 de Abril, 2025