
Os desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro foram declarados Patrimônio Cultural do Estado. O decreto foi assinado nesta sexta-feira pelo governador Cláudio Castro.
Com a iniciativa, o espetáculo passa a integrar oficialmente o conjunto de bens culturais protegidos pelo Estado, o que valoriza a tradição, os profissionais do setor, e a cadeia produtiva envolvida na festa.
Além disso, segundo o Governo, o reconhecimento amplia a base legal para investimentos públicos, parcerias institucionais e políticas de valorização profissional.
Paulinho Mocidade, intérprete várias vezes campeão do Carnaval do Rio, destaca a relevância da medida para os sambistas cariocas.
“Muito acertada, mas muito bem colocada pelas autoridades do Rio de Janeiro, porque o Carnaval do Rio, todo mundo sabe que ele vai daqui para todo o Brasil e do Brasil para o mundo. E isso aí faz com que o sambista obtenha acima de tudo respeito. Que a história do samba lá atrás, no século passado, o sambista era marginalizado, o preconceito era gigantesco e hoje não, hoje o sambista é referência”.
A Liesa, Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro, também fez um pedido formal ao IPHAN, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, em agosto deste ano, para que os desfiles das escolas de samba da Marquês de Sapucaí sejam registrados como Patrimônio Cultural do Brasil.
A Marquês de Sapucaí, projetada pelo arquiteto Oscar Niemeyer, já é tombada pelo instituto desde 2021. Além disso, o partido alto, o samba de terreiro e o samba enredo são reconhecidos como Patrimônio Cultural do Brasil desde 2007.
Em nota, o IPHAN disse que o pedido de registro dos desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro vai ao encontro da importância cultural e histórica do Carnaval carioca para o Brasil, já reconhecida em outras oportunidades. O Instituto destacou que o processo de registro segue procedimento próprio, independentemente das iniciativas de reconhecimento dos estados e municípios.
O Estado do Rio registrou um impacto positivo de R$ 6,5 bilhões na economia durante o período do Carnaval do ano passado. E de acordo com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo as vagas temporárias durante a folia no estado cresceram 8,6%.
O período também impulsionou o empreendedorismo. Entre janeiro e o início de fevereiro deste ano, foram criados mais de 2 mil novos empreendimentos ligados ao Carnaval no Rio de Janeiro.
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