30 de Novembro, 2025 11h11mCultura por Rádio Agência Nacional

Vencedora do Prêmio Jabuti de 2022 lança novo livro

Uma obra tocante, que aborda pontos sensíveis, especialmente para a população negra e pobre, que sofre com a desigualdade social. Assim é o trabalho desenvolvido pela escritora, jornalista e roteirista Eliana Alves Cruz, no romance Meridiana, recém-lançado pela Cia das Letras. Na história, uma trama engenhosa sobre o processo de ascensão social vivido por mãe, pai e filhos negros. Diferentes gerações de um país de contrastes, marcado pela dor e pelo trauma. Mas que mostram que existe um caminho

Uma obra tocante, que aborda pontos sensíveis, especialmente para a população negra e pobre, que sofre com a desigualdade social. Assim é o trabalho desenvolvido pela escritora, jornalista e roteirista Eliana Alves Cruz, no romance Meridiana, recém-lançado pela Cia das Letras.

Na história, uma trama engenhosa sobre o processo de ascensão social vivido por mãe, pai e filhos negros. Diferentes gerações de um país de contrastes, marcado pela dor e pelo trauma. Mas que mostram que existe um caminho.

Eliana Alves Cruz conta que se inspirou em um outro livro, lançado por ela em 2022, para escrever Meridiana;

“A ideia do livro Meridiana surgiu a partir do livro Solitária, em que uma das personagens faz esse movimento, ou pelo menos vai começar a fazer esse movimento, a partir de um curso universitário. E pela observação da minha própria vida, de pessoas no meu entorno. De quase todas as pessoas negras que ascendem ou que estão na classe média, mas que tem um passado ancorado numa precariedade, às vezes a própria pessoa, às vezes o pai, os avós”, diz.

A escritora também destaca a falta da abordagem do tema da ascensão social das pessoas negras na literatura e outras formas de arte:

“É um lugar e um movimento que é pouco retratado. Acho que no audiovisual ainda não teve o espaço suficiente para tratar isso em profundidade e na literatura também não por conta de uma chegada massiva de escritores negros muito recentemente. Então, achei que eu poderia me debruçar sobre isso”, fala.

A narrativa é em primeira pessoa, de forma testemunhal, explorando as diversas vozes da trama. A escritora fala sobre essa escolha...

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“O livro é narrado em primeira pessoa porque há uma necessidade de intimidade e veracidade. Eu testei vários formatos, testei colocar a narrativa na voz apenas da personagem Meridiana, depois tentei um narrador onisciente, mas vi que não estava funcionando, estava num tom tanto artificial, e aí entendi que cada personagem ali precisava ter uma voz própria, precisava falar com uma voz própria”, explicou.

Eliana é vencedora do Prêmio Jabuti 2022 e semifinalista do Prêmio Oceanos, entre outras conquistas. Ela fala sobre como tem sido a recepção ao livro recém lançado:

“Tem sido uma recepção incrível. Realmente as pessoas entenderam a proposta, estão muito reflexivas sobre cada uma daquelas pessoas, se identificando muito com umas, reconhecendo pessoas conhecidas em outras”, conta.

Entre os romances de Eliana Alves Cruz estão, além de Solitária e o recém lançado Meridiana, mais três títulos:  Água de Barrela, "Nada Digo de Ti"  e O Crime do Cais do Valongo. A autora também assina o livro de contos “A Vestida", vencedor do Prêmio Jabuti 2022, além de publicações infantis e participação em antologias e coletâneas, como "Os Cadernos Negros".

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