
Nesta sexta-feira (5), o cantor e compositor Gilberto Gil recebe o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre. A decisão considerou a trajetória de Gilberto Gil nas atividades artísticas, políticas e intelectuais, além da postura do artista em defesa da democracia.
O músico baiano de 83 anos teve papel central no movimento da Tropicália ao lado de Caetano Veloso na década de 1960 - num comportamento de vanguarda que desafiou o período mais sombrio da ditadura militar, levando o músico à prisão e exílio em 1968.
Além do comum
Gilberto Gil fez da canção popular um veículo para difundir protestos, inquietações e reflexões de abrangência intelectual incomum, segundo o parecer da universidade.
Com dezenas de álbuns gravados ao longo da carreira, e um extenso currículo de shows no Brasil e no mundo, o músico demonstrou por meio da poesia e de posicionamentos públicos a defesa da democracia, da diversidade e das diferenças.
Atuação como ministro
A honraria também cita o papel de Gilberto Gil como Ministro da Cultura no primeiro mandato do presidente Lula, cargo que o músico ocupou entre 2003 e 2008. Enquanto ministro, Gil implementou políticas públicas como o Sistema Nacional de Cultura, o Vale-Cultura e a reformulação da Lei Rouanet, iniciativas que democratizaram o acesso à cultura e que romperam com a noção elitizada de cultura.
Gilberto Gil já recebeu 11 títulos de Doutor Honoris Causa: o primeiro deles em 2005 da Universidade Federal da Bahia, onde o músico se formou em Administração de Empresas em 1964.
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