25 de Julho, 2025 11h07mCultura por Rádio Agência Nacional

Dia Estadual do Jongo no RJ é celebrado hoje

Originário dos batuques e danças de roda da tradição Banto, o ritmo que deu origem ao samba carioca — o jongo — é tradição e resistência. Chegou ao Brasil colônia com negros africanos do Congo e de Angola, trazidos como escravos para o trabalho forçado nas fazendas de café do Vale do Rio Paraíba, no interior dos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo

Originário dos batuques e danças de roda da tradição Banto, o ritmo que deu origem ao samba carioca — o jongo — é tradição e resistência.

Chegou ao Brasil colônia com negros africanos do Congo e de Angola, trazidos como escravos para o trabalho forçado nas fazendas de café do Vale do Rio Paraíba, no interior dos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo. Conta a historiadora Marta Abreu, da Universidade Federal Fluminense:

“Os africanos que chegam, eles reconstroem a sua vida, as suas redes de solidariedade, as suas redes familiares, e o jogo, como expressão cultural, é fundamental para consolidar essa rede. E era uma bandeira de luta dos escravizados manterem suas práticas culturais".

Diz a história que os antigos jongueiros faziam brotar bananeiras com o som mágico dos tambores — instrumentos sagrados de comunicação com a comunidade e com o mundo espiritual.

Por meio de mensagens secretas, protestavam contra a escravidão e combinavam festas de tambor e fugas, explica a professora:

"A palavra jongo quer dizer a bala da boca. O verso que da mesma forma que ele critica, ele também discute assuntos que não é para o senhor entender. Então tem uma série de palavras cifradas, palavras que têm um significado que só a comunidade sabe. Então, sem dúvida nenhuma, é um ato de resistência".

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No Rio de Janeiro, 26 de julho, Dia de Santana — sincretizada como Nanã nas religiões de matriz afro-brasileira — também é o Dia Estadual do Jongo, considerado patrimônio ancestral do samba e patrimônio cultural imaterial do Brasil pelo IPHAN, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.

A jongueira, escritora, compositora e cantora Lazir Sinval ressalta a importância ancestral de Maria Joana Monteiro — a vovó Maria Joana Rezadeira — que, assim como mestre Darcy, ensinou o ritmo para os mais jovens.

"Ao perceber a necessidade de preservação do jongo, vovó Maria Joana resolveu ir para todos os lugares.  E ela descia balaiada com a sua vestimenta de Ialorixá. Vovó Maria Joana, grande Ialorixá, grande parteira — muitas crianças nasceram por suas mãos na Serrinha — também resolveu ensinar as crianças a dançar. E assim o jongo passou a ser muito mais conhecido. Eles acenderam a fogueira para o Jongo então caminhar".

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