31 de Março, 2025 21h03mCultura por Rádio Agência Nacional

Exposição na USP retrata ausência de desaparecidos políticos

Baixar Tocar Em uma fotografia em preto e branco, o pernambucano Fernando Santa Cruz aparece descontraído ao lado dos irmãos. Em uma fotografia colorida, feita em 2012, estão todos lá, menos Fernando. Em 1974, ele foi preso e assassinado, aos 25 anos, pelos órgãos de repressão da ditadura militar brasileira. Os restos mortais dele nunca foram encontrados. São histórias como esta, sobre o impacto da ditadura nas famílias, que as fotografias de Gustavo Germano revelam na exposição Ausências Brasil

Em uma fotografia em preto e branco, o pernambucano Fernando Santa Cruz aparece descontraído ao lado dos irmãos. Em uma fotografia colorida, feita em 2012, estão todos lá, menos Fernando. Em 1974, ele foi preso e assassinado, aos 25 anos, pelos órgãos de repressão da ditadura militar brasileira. Os restos mortais dele nunca foram encontrados. 

São histórias como esta, sobre o impacto da ditadura nas famílias, que as fotografias de Gustavo Germano revelam na exposição Ausências Brasil. A mostra está em cartaz no Centro Cultural Maria Antonia, da Universidade de São Paulo (USP).

As fotografias apresentam 12 famílias de mortos e desaparecidos políticos durante os 21 anos da ditadura militar brasileira, que se iniciou em 1964.

O fotógrafo argentino, que também teve um irmão assassinado durante a ditadura em seu país, acompanhou e registrou familiares e amigos das vítimas nos mesmos locais em que haviam sido fotografados, anos atrás, com os entes desaparecidos. Na mostra, as imagens antigas e recentes são colocadas lado a lado, expondo as ausências. 

Os familiares de Virgílio Gomes da Silva, Iuri Xavier Pereira, Fernando Santa Cruz e Bergson Gurjão Farias, todos vítimas do Estado brasileiro durante a ditadura militar, estão entre os fotografados.  

O historiador César Novelli é um dos responsáveis pelo guiamento educativo das visitas à exposição. Para o museólogo, as fotografias trazem o contraste entre passado e presente e expõem um trauma histórico ainda em aberto no país. 

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"Essa é uma exposição muito importante porque ela está falando não só de passado, está falando de presente. Essas memórias que estão sendo compartilhadas aqui são de familiares que continuam lutando e buscando pelos seus entes queridos, que foram desaparecidos por um estado opressor", afirma.

A primeira exibição da exposição Ausências foi realizada na Argentina em 2007, para marcar os 30 anos do golpe militar naquele país. Em 2012, o fotógrafo produziu a versão brasileira do registro, viajando do Ceará ao Rio Grande do Sul, com a cooperação dos familiares e amigos de desaparecidos políticos brasileiros.

A exposição Ausências Brasil permanece no Centro Cultural Maria Antonia até o dia 16 de maio. A entrada é gratuita.

© Jacarandá Comunicação/Divulgação Cultura Fotógrafo argentino contrasta imagens para expor crimes de ditaduras São Paulo 31/03/2025 - 21:49 Bianca Paiva / Paulliny Fernandes Joana Cortes, da Rádio Nacional Fotografia Ditadura Militar Desaparecidos Políticos segunda-feira, 31 Março, 2025 - 21:49 3:04

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